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terça-feira, 15 de setembro de 2020

IBGE: Covid-19 afeta 38,6% das empresas na 1ª quinzena de agosto

Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
Dos 3,2 milhões de empresas em funcionamento na primeira quinzena de agosto, 38,6% indicaram que a pandemia afetou negativamente suas atividades. Já para 33,9%, o efeito foi pequeno ou inexistente e para 27,5% o efeito foi positivo. Empresas de maior porte e intermediárias foram as que mais sinalizaram melhora de percepção.

Os resultados da quinta rodada da Pesquisa Pulso Empresa: impacto da Covid-19 nas empresas, divulgados hoje (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), refletem as percepções das empresas em funcionamento ao final da primeira quinzena de agosto, frente à segunda quinzena de julho. A pesquisa acompanha os principais efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre as empresas não financeiras.

Segundo o IBGE, a percepção de impacto negativo mantém-se e é maior entre as empresas de pequeno porte, de até 49 funcionários (38,8%), e melhora na percepção das empresas intermediárias (de 50 a 499 funcionários) e de maior porte (acima de 500 empregados), que indicaram maior incidência de efeitos pequenos ou inexistentes na quinzena – respectivamente 44,7% e 46,6%.

“A cada quinzena aumenta a percepção de efeitos pequenos ou inexistentes ou positivos entre as empresas de maior porte”, disse, em nota, o coordenador de Pesquisas Conjunturais em Empresas do IBGE, Flávio Magheli.

As empresas dos setores de construção (47,9%) e comércio (46,3%) reportaram as maiores incidências de efeitos negativos na quinzena. Por outro lado, no setor industrial, 38,9% relataram impactos pequenos ou inexistentes e, no setor de serviços, a incidência foi de 41,9%, com destaque para os segmentos de informação e comunicação (61,5%) e serviços profissionais e administrativos (45,6%).

Entre as grandes regiões, o Nordeste destaca-se pela menor incidência de efeitos negativos (20,4%), e a região é onde ocorre a maior percepção de impactos positivos, passando de 35,3% para 52%. Os maiores percentuais de impactos negativos foram no Sudeste (43,6%) e no Norte (41,9%), enquanto Sul (39,9%) e Centro-Oeste (39,8%) têm percepção semelhantes.

Segundo a pesquisa, a percepção de redução nas vendas afetou mais o comércio, que passou de 29,5% na segunda quinzena de julho para 44,5%, com destaque para o comércio varejista que subiu de 29,7% para 48,9%; seguidos por construção (36,2%), indústria (30,8%) e serviços (29,7%).

“Por setores, o comércio varejista e a atividade de construção são os mais afetados na quinzena. Dentre as regiões, o Nordeste destaca-se com 52% de efeitos positivos relacionados às medidas de flexibilização do isolamento. Já em relação às vendas, a percepção de redução atinge 36,1% das empresas, afetando principalmente o comércio varejista”, afirmou Magheli.

Empregos

Quase 9 em cada dez empresas (86,4%  ou cerca de 2,7 milhões de companhias) mantiveram o quadro de funcionários ao final da primeira quinzena de agosto em relação à quinzena anterior. Apenas 8,7% (277 mil empresas) indicaram redução no quadro, sendo que 146 mil (52,6%) diminuíram em até 25% seu pessoal, com destaque para as empresas de menor porte, onde 140 mil (51,6%) reduziram nessa faixa de corte.

A realização de campanhas de informação e prevenção e a adoção de medidas extras de higiene continuam sendo as principais iniciativas para enfrentar a pandemia, sendo adotadas por 92,9% das empresas.

Outros 32,3% de empresas adotaram o trabalho remoto e 15,3% anteciparam férias dos funcionários. Já 30,6% das empresas alteraram o método de entrega de seus produtos ou serviços, enquanto 13,2% lançaram ou passaram a comercializar novos produtos e/ou serviços na primeira quinzena de agosto.

O adiamento de pagamento de impostos foi adotado por 32% das companhias e o acesso à linha de crédito emergencial foi a medida tomada por 10,9% das empresas.

Por: Agência Brasil

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Reabertura reduz perdas de empresas com pandemia, diz IBGE

Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco
Ao todo, 44,% das empresas pesquisadas disseram ter sentido impactos negativos nos negócios na primeira quinzena de julho

Com a reabertura do comércio na maior parte do país, caiu, na primeira semana de julho, o número de empresas que veem impactos negativos da pandemia em seus negócios, informou nesta terça (18) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A conclusão é da pesquisa Pnad Covid, criada para avaliar os impactos da pandemia nas empresas brasileiras. Ao todo, segundo o IBGE, 44,% das empresas pesquisadas disseram ter sentido impactos negativos nos negócios na primeira quinzena de julho. O valor é menor do que os 62,4% verificados na quinzena anterior. "Ainda há uma grande incidência de impacto negativo, mas já começamos a perceber uma melhora", diz o coordenador de Pesquisas Conjunturais de Empresas do IBGE, Flávio Magheli.

Entre as empresas pesquisadas, 28,2% relataram ter sofrido efeito pequeno ou inexistente e outras 27% disseram ter sentido efeitos positivos da pandemia em suas atividades. Foi a primeira vez, nas três edições da pesquisa, que esse contingente é maior do que aquelas que têm efeito negativo.

O comércio teve o maior contingente de empresas com percepção de impacto negativo sobre os negócios: 51,6%. O setor foi o menos prejudicado pela pandemia no Brasil e, em junho, já havia recuperado o patamar de vendas de antes da crise. A melhora de percepção foi grande no setor de serviços, o mais afetado pela crise, já que depende da abertura de estabelecimentos e da circulação de pessoas para funcionar. Nesse setor, o volume de empresas com percepção de efeitos negativos da crise caiu de 65,5% para 47%.

No segmento de serviços prestados às famílias -que inclui hotéis, restaurantes, academias e salões de beleza, por exemplo- ainda é maioria (55%) o número de empresas que têm percebido impactos negativos. A segunda atividade com maior percepção de perdas são os serviços profissionais, administrativos e complementares (48,3%), que incluem limpeza predial e terceirização de mão-de-obra, atividades que perdem com a adoção do home office. No comércio, a queda foi de 64,1% para 44%. A indústria, por outro lado, apresentou estabilidade com um impacto negativo em 42,9% das 313,4 mil empresas.

"Esse cenário retrata o processo de reabertura, com maior fluxo de pessoas refletindo-se nos negócios. É natural que a percepção negativa vá reduzindo a cada quinzena, na medida que o isolamento social vá diminuindo", comentou Magheli.

As pequenas empresas (com até 49 funcionários) são as mais afetadas, com 44,9% tendo relatado impacto negativo no período da pesquisa. Entre médias empresas (de 50 a 499 funcionários) e as de maior porte (a partir de 500 funcionários), o impacto foi menor: 39,1% e 39,2%, respectivamente.

Entre os impactos negativos mais citados pelas empresas, estão a queda nas vendas (46,8% disseram ter sentido o problema) e dificuldade de realizar pagamentos de rotina (citada por 47,4% das empresas). O IBGE estima que oito em cada dez empresas do país mantiveram funcionários após a pandemia. Para 13,5%, houve redução e, para 5,3%, houve aumento no número de empregados. O maior percentual de empresas que demitiram é na faixa intermediária (de 50 a 499 funcionários) e empresas de maior porte (500 ou mais).
Da Folha de Pernambuco

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Retomada é desigual e dependente do auxílio do governo

Foto: Paulo Paiva/DP
O sinais de aquecimento da economia verificados pelo IBGE em junho indicam que a retomada ainda é muito focada em artigos essenciais e, segundo economistas ouvidos pela reportagem, dependente do auxílio emergencial concedido pelo governo federal após o início da pandemia.

Para os especialistas, a manutenção do ritmo de recuperação vai depender da decisão sobre a prorrogação do benefício e de uma recuperação do mercado de trabalho, único dos grandes indicadores do IBGE que ainda não mostrou sinal de melhora.

"A reabertura [do comércio] e a transferência de dinheiro nos dão algum otimismo para a transição do segundo para o terceiro trimestre, mas isso pode ser temporário diante do risco de abismo fiscal", dizem os economistas Fábio Ramos e Tony Volpon, do banco UBS.

Na comparação com abril, considerado o fundo do poço da pandemia, os dados do IBGE mostraram melhora disseminada nos três grandes setores da economia pesquisados pelo instituto –indústria, comércio e serviço–, mas a evolução se dá sobre uma base de comparação muito baixa, lembra o economista Otto Nogami, do Insper.

"Apesar de o valor absoluto [de evolução em relação ao mês anterior] ser grande, os números não necessariamente retratam uma realidade que a economia está vivendo, porque as bases de comparação são extremamente baixas", diz. "E não são garantia de que nos próximos meses estaremos num patamar equivalente ao período anterior o distanciamento social."

A comparação com o mês de fevereiro, o último sem nenhuma semana em distanciamento social, já mostra que poucos segmentos da economia conseguiram recuperar o patamar anterior à crise, a maior parte deles ligado ao consumo de bens essenciais. Na indústria, operam no azul os fabricantes de alimentos, bebidas, produtos de higiene e farmacêuticos, por exemplo.

Os bens semi e não duráveis se recuperaram do tombo recorde do pico da pandemia, mas ainda estão em nível bem abaixo. Montadoras e o setor calçadista, por exemplo, produzem menos da metade do volume verificado em fevereiro. A fabricação de roupas está em um patamar 37% inferior, e a produção de equipamentos de informática é quase 20% menor.

No comércio, a recuperação do patamar de fevereiro foi puxada pelo setor de supermercados, que representa mais de 50% do indicador e não parou durante a crise. Em relação a fevereiro, operam no terreno positivo também material de construção e móveis, vistos como reflexo da injeção de dinheiro do auxílio emergencial na economia.

Na avaliação de Nogami, mesmo a leve recuperação de setores não essenciais em relação a abril pode mostrar efeitos de reposição de estoques e da demanda reprimida durante as semanas de isolamento. "Foi um pico em razão da demanda reprimida e agora vai tender a entrar em uma linha de normalidade."

O IBGE vê, por exemplo, um aumento nas compras de produtos para o lar, o que explicaria o aumento de 31% nas vendas de móveis em junho.

"As pessoas estão passando mais tempo em casa, entendendo as necessidades, e pode ser que a renda do auxílio acabe virando consumo, e não poupança", disse o gerente da pesquisa de comércio do instituto, Cristiano Santos.

Mesma percepção tem a indústria têxtil, que vê maior movimentação no setor de cama, mesa e banho do que no de vestuário. As vendas de tecidos, vestuário e calçados cresceram 53,2% em junho.

O indicador de serviços, principal motor do PIB brasileiro, reforça as dúvidas sobre o ritmo de recuperação. Mesmo com crescimento de 5% em relação a maio, o volume de serviços no país ainda está perto do piso histórico. O banco Fator lembra que a recuperação desse setor tem forte influência sobre o emprego e a renda do brasileiro.

"A recuperação mais lenta do setor preocupa principalmente por seu peso no mercado de trabalho. Segundo o Caged [Cadastro Geral de Empregados e Desempregados], 47% dos empregos formais em janeiro estavam no setor."

De acordo com o IBGE, o número de brasileiros sem nenhuma ocupação é recorde e, em maio, o contingente dos desocupados foi maior do que de ocupados pela primeira vez desde que o o início da pesquisa com o formato atual –situação que se repetiu em junho.

Para os economistas, a volta às compras mesmo com o mercado de trabalho em sua maior crise indica que o auxílio tem sido fundamental para aquecer a demanda. Para continuar lendo, clique AQUI.

domingo, 16 de agosto de 2020

3,1 milhões de brasileiros perderam o emprego na pandemia, segundo o IBGE

Foto: Diana Raeder/Esp. CB/D.A Press
A crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus já deixou pelo menos 3,1 milhões de brasileiros sem emprego. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Covid19), divulgada, nesta sexta-feira (14/8), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o IBGE, havia 9,8 milhões de desempregados no Brasil em maio, quando começaram os estudos sobre o impacto da pandemia do novo coronavírus no mercado de trabalho. No fim de julho, contudo, o número de brasileiros que estavam sem emprego já havia saltado para 12,9 milhões.

Os dados mostram um aumento de 31,6% no número de desempregados do Brasil ao longo de quatro meses de pandemia. É uma situação que fez a taxa de desemprego saltar de 10,5% para 13,7% entre maio e julho.

Baque da pandemia

A Pnad Covid-19 ainda mostra que, apesar de a atividade econômica estar dando sinais de recuperação, o mercado de trabalho continua sofrendo de forma intensa o baque da pandemia. É que 500 mil desses brasileiros ficaram sem emprego só na última semana de julho.

Segundo o IBGE, o número de desempregados cresceu de 12,4 milhões para 12,9 milhões só entre a semana de 19 a 25 de julho e a semana anterior. A taxa de desemprego, portanto, avançou de 13,1% para 13,7% só nesse período.

E os especialistas alertam que essa taxa deve continuar crescendo. Afinal, o mercado de trabalho demora a se ajustar diante de uma crise econômico. Além disso, muitos brasileiros que estão sem emprego ainda não estão buscando uma nova ocupação devido à pandemia.

Do Diario de PE

segunda-feira, 18 de maio de 2020

1,1 milhão de brasileiros deixam a força de trabalho no 1º trimestre

Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco
Esse é o segundo maior número registrado nas estatísticas da pesquisa trimestral de emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)

No primeiro trimestre de 2020, 1,1 milhão de brasileiros deixaram a força de trabalho. Esse é o segundo maior número registrado nas estatísticas da pesquisa trimestral de emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a Pnad Contínua, atrás apenas da redução de 1,2 milhão registrada no segundo trimestre 2012 em relação aos três meses anteriores.

São consideradas fora da força de trabalho as pessoas que não possuíam emprego e não procuraram trabalho nos 30 dias anteriores ao período da pesquisa -ou procuraram, mas não estavam disponíveis para trabalhar na semana de referência do levantamento.

Nos três primeiros meses do ano, 67,3 milhões de pessoas com 14 anos ou mais de idade estavam nessa condição, número recorde. Já a força de trabalho era composta por 105,1 milhões de pessoas.

Como o desemprego é medido pelo número de pessoas desocupadas em relação ao tamanho de força de trabalho, a redução deste último grupo contribui para amenizar o aumento na taxa de desempregados no país, que estava em 12,2% no primeiro trimestre deste ano.

Na avaliação de especialistas em mercado de trabalho, esse é um fenômeno que deve se acentuar com a pandemia de coronavírus. Como as pessoas estão em distanciamento social, a tendência é que muitos desempregados não procurem emprego. Além da procura, o IBGE pergunta se o entrevistado estava pronto para iniciar um novo trabalho. O distanciamento social faz com que muitas pessoas não estejam disponíveis.

Para a pesquisadora Maria Andreia Lameiras, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a redução na força de trabalho deve se acentuar nos próximos meses, ao mesmo tempo em que mais trabalhadores perderão o emprego ou, no caso dos informais e daqueles que trabalham por conta própria, não terão como seguir trabalhando.

O encolhimento do contingente de pessoas que estão trabalhando ou buscando deve ocorrer por uma combinação de fatores, segundo a pesquisadora, e ainda deve passar por uma aceleração.

"O medo da contaminação vai fazer com que muita gente não procure trabalho, e isso aparecerá com mais força na pesquisa de abril, já que o distanciamento começou mesmo na segunda quinzena de março. Antes disso, o confinamento foi mais voluntário."

Além do medo do novo coronavírus, Maria Lameira diz que o fato de muitas empresas estarem fechadas também inviabiliza a entrega de currículos e a busca por vagas feita de maneira mais tradicional. Continue lendo, clique AQUI!

terça-feira, 14 de abril de 2020

Um milhão de trabalhadores já tiveram salário e jornada reduzidos após MP

Carteira de trabalhoFoto: Divulgação
Há diferenças nas opções de redução salarial e corte de jornadas para acordos individuais e acordos coletivos

O governo anunciou, nesta segunda-feira (13), que mais de um milhão de trabalhadores tiveram salários e jornadas reduzidos ou contratos suspensos após a edição de MP (Medida Provisória) que autoriza a celebração de acordos entre patrões e trabalhadores durante a pandemia do novo coronavírus.

Segundo o IBGE, o Brasil tinha 33,624 milhões de trabalhadores com carteira assinada no setor privado no trimestre encerrado em fevereiro. A informação é do secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco. O dado inclui acordos individuais e também acordos coletivos de categorias feitos com intermediação de sindicatos.

"Nesse período, os empresários, confiantes na medida, e os empregados também se uniram e chegaram aos seus acordos individuais e coletivos. Podemos dizer que essa medida provisória já tem frutos, e os frutos são mais de um milhão de empregos preservados", disse.

No dia 1º de abril, o presidente Jair Bolsonaro editou uma MP (Medida Provisória) que autoriza corte salários e jornadas de trabalhadores durante a crise provocada pelo novo coronavírus. As reduções poderão ser feitas em qualquer percentual, podendo chegar a 100%.

Trabalhadores afetados receberão uma compensação do governo que pode chegar a 100% do que receberiam de seguro-desemprego em caso de demissão. Nas contas do governo, a suspensão dos contratos ou redução de salário e jornada deve alcançar 24,5 milhões de trabalhadores com carteira assinada - o Brasil tinha 33,624 milhões de trabalhadores com carteira assinada no setor privado no trimestre encerrado em fevereiro. O custo total do programa aos cofres públicos é estimado em R$ 51,2 bilhões.

Por acordo individual, o empregador pode fazer cortes de jornadas e salários em 25%, 50% ou 70% por até três meses, a depender da faixa de renda do trabalhador. Nos acordos coletivos, é permitida redução em qualquer percentual. O governo pagará a esses trabalhadores uma proporção do valor do seguro-desemprego equivalente ao percentual do corte de salário. A compensação será de 25%, 50% ou 70% do seguro-desemprego, que varia de R$ 1.045 a R$ 1.813,03.

A suspensão de contratos, por sua vez, pode ser feita por até dois meses. Nesse caso, o empregado recebe valor integral do seguro-desemprego.O secretário disse que os dados serão atualizados periodicamente. Um site do governo trará uma espécie de "empregômetro", quantificando o número de acordos firmados.

Nesta segunda-feira, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), deu nova decisão em que esclarece que acordos individuais de empresas para cortar salários e jornadas de trabalhadores têm efeito imediato, independentemente de posterior manifestação sindical.

Na última segunda-feira (6), o magistrado havia decidido que os sindicatos deveriam ser comunicados do acordo e poderiam iniciar negociação coletiva caso preferissem. O magistrado manteve o entendimento de que a entidade de classe pode iniciar tratativa coletiva após comunicada, mas esclareceu que o acordo individual passa a valer assim que for assinado.

"Esclareço, para afastar quaisquer dúvidas, e sem que tal implique em modificação da decisão embargada, que são válidos e legítimos os acordos individuais celebrados na forma da MP 936/2020, os quais produzem efeitos imediatos", afirmou Lewandowski.

O texto original da MP previa a comunicação do acordo para a respectiva entidade de classe em dez dias, mas não dava poder para a tratativa ser barrada ou alterada. Lewandowski decidiu na semana passada que os sindicatos poderiam deflagrar negociação coletiva, mas não deixava claro os efeitos do acordo individual.

A decisão desta semana foi tomada após recurso da AGU (Advocacia-Geral da União). O ministro rejeitou o recurso, mas esclareceu pontos do despacho anterior que deixavam margem para interpretações diversas. Especialistas e membros do governo chegaram a avaliar que a primeira decisão do ministro travaria a validade imediata do acordo individual, exigindo o aval de sindicatos. O entendimento desta segunda aliviou o governo.

"Esta decisão traz segurança jurídica à matéria e garante o direito do trabalhador, o emprego e a sobrevivência de milhares de empresas. Vitória do país", afirmou o advogado-geral da União, André Mendonça, responsável pela defesa jurídica do governo.

Por: Folhapress

sexta-feira, 13 de março de 2020

PIB de Pernambuco cresce mais que o nacional

O Polo Automotivo de Goiana vai receber altos investimentosFoto: Folha PE
Indicador econômico da produção estadual marcou crescimento de 1,9% em comparação ao ano de 2018.

Pelo terceiro ano consecutivo após a recessão que fez o Produto Interno Bruto (PIB) pernambucano recuar 4,2% e 2,9%, em 2015 e 2016, respectivamente, a economia estadual mostra sinais concretos de retomada. Segundo dados divulgados ontem pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem), em 2019, o PIB do estado variou positivamente em 1,9% em relação ao ano anterior.

Em comparação com o nacional, divulgado na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os resultados da economia pernambucana dentro dos três grandes setores analisados - agropecuária, indústria e serviços - colocam a produção estadual em mais um ano acima do Brasil, que fechou 2019 com crescimento modesto de 1,1%. Em valores correntes, o PIB pernambucano foi de R$ 205 bilhões.

Segundo explica o gerente de Estudos e Pesquisas da Agência Condepe/Fidem, Rodolfo Guimarães, embora no terceiro trimestre do ano passado a economia pernambucana, influenciada pelo fechamento do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) e pela queda da produção de petróleo na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), tenha apresentado resultados modestos, ela se recuperou no trimestre seguinte.

“O quarto trimestre compensou o fraco desempenho do terceiro. De fato, 2019 encerrou dentro do que se esperava, em linha de recuperação mais intensa do que a brasileira”, comenta o gerente.

Os bons resultados do ano passado foram puxados pelo bom desempenho em dois principais setores - indústria e agropecuária. Neste último, o destaque foi para as lavouras permanentes que registraram crescimento de 22%, ficando evidente os incrementos na produção de laranja, banana, manga, uva, maracujá, coco-da-baía, goiana e castanha-de-caju.

Já as lavouras temporárias registraram 10,4%, sendo puxadas por cana-de-açúcar, milho, mandioca, melão, melancia e batata-doce. A pecuária apresentou crescimento de 5,5%, com destaque para o aumento na produção de ovos, a suinocultura, bovinos e leite.

O crescimento do setor industrial pernambucano (3,4%) decorreu do desempenho positivo das atividades da indústria de transformação (5,2%), destacando-se neste segmento a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (21,1%), de coque, produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (12,7%), de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, perfumaria e higiene pessoal (10,8%), entre outros.

Os índices da produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana foi de 2,2%, enquanto a construção civil foi de 0,5%.
“Basicamente quem dá o tom, o peso da consolidação do processo de desenvolvimento pernambucano são os empreendimentos frutos de decisões tomadas no passado, como a vinda da refinaria e o polo automotivo”, destaca Guimarães.

No setor de serviços, que teve um acumulado anual de 1%, as atividades que mais contribuíram para o resultado foram as de administração, saúde e educação pública (1,9%); transporte, armazenagem e correio (1,9%); seguido de atividades imobiliárias e aluguéis (1,7%), comércio com 0,3%, entre outros. “O interessante é observar que o crescimento da economia não ficou centrado em um único setor, mas em todos. Isto é tão importante quanto o crescimento em si”, destaca a secretária executiva da Secretaria de Desenvolvimento de Pernambuco, Maíra Fischer.

Da Folha de PE

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Ipea prevê crescimento maior do PIB do setor agropecuário

AgropecuáriaFoto: Arquivo/ Agência Brasil
Estimativa anterior era de crescimento de 3,2% e 3,7%

O Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário no país deve apresentar crescimento maior do que o previsto para 2020. A estimativa é do Instituto do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que revisou as previsões para este ano.

De acordo com estudo divulgado hoje (21), para 2020 o PIB do setor deve ter alta que de 3,4% a 4,15, com base em projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A estimativa anterior do Ipea era de crescimento de 3,2% a 3,7%, respectivamente.

De acordo com o Ipea, a alta nos cenários para a safra 2019/2020 representa forte aceleração da atividade do setor em relação ao ano passado, quando o crescimento foi de 0,7%, de acordo com a estimativa do instituto. Segundo o estudo, nos dois cenários, o componente que mais deve contribuir positivamente para esse resultado é a lavoura. A estimativa é que a lavoura cresça acima de 3,9% devido principalmente ao crescimento esperado nas produções de soja e café.

No caso da soja, que é o de maior peso na lavoura, as previsões indicam que a produção deste segmento deve crescer entre 7,1% (segundo a Conab) e 8,7% (de acordo com o IBGE). Aliado a isso, é esperada uma alta de dois dígitos na produção de café, 13,1%.
Para a pecuária, as estimativas indicam um crescimento de 3,5% neste ano. O destaque fica com a produção de suínos, com alta de 4,5%. O segmento de bovinos deve apresentar crescimento de 3,5% e a de aves, 2,1%.

Coronavírus
O Ipea chama a atenção para a possibilidade de um efeito da epidemia de coronavírus na China sobre a demanda por produtos agropecuários, apesar do efeito esperado não ser significativo sobre a produção de soja devido ao fato de a cultura já ter iniciado a colheita. No caso da carne bovina, que possui uma produção mais dinâmica, o impacto potencial pode ser maior. A soja, ao lado da carne, é um dos principais itens na pauta de exportações para a China.

"Os problemas enfrentados atualmente pela China, como a implementação de quarentena em diversas cidades e as dificuldades de armazenamento dos contêineres refrigerados nos portos chineses, acarretam dificuldade para a circulação de mercadorias. Apesar das exportações do produto continuarem crescendo, a incerteza em relação ao mercado asiático pode ter sido um dos fatores que contribuiu negativamente para a queda dos preços do boi gordo nos mercados futuros", diz o estudo.
Para o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo de Castro Souza Júnior, a epidemia do coronavírus pode afetar o PIB do setor. “Os efeitos econômicos do coronavírus podem representar um risco para as projeções do PIB agropecuário, uma vez que a demanda externa por carnes e, por consequência, a produção interna podem ser afetadas”, disse o diretor para quem um possível efeito negativo não deve recair sobre a produção da carne suína para a exportação devido a China ainda sofrer as consequências da peste suína africana sobre seus rebanhos.

O estudo aponta ainda o recente acordo Estados Unidos-China como outro fator que pode afetar o PIB agropecuário, especialmente no que diz respeito à soja. Além da soja ser o principal produto agroindustrial exportado pelo Brasil, o país é o maior exportador mundial, com participação crescente no mercado internacional. Esse crescimento vem ocorrendo não só pelo aumento da produção, mas também pela guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que tirou os americanos da liderança.

Quase 90% da soja importada pela China é proveniente dos EUA (35%) e Brasil (55%). O acordo prevê um aumento de 192% das importações de soja dos EUA para a China em 2020 e de 258% em 2021 (na comparação com 2019).

"Essa meta é claramente inviável, pois representaria um volume maior do que toda a soja produzida nos Estados Unidos atualmente. Ainda assim, haverá uma pressão muito forte no sentido de ampliar fortemente as exportações de soja norte-americanas para a China, certamente deslocando os principais fornecedores. Por se tratar de uma commodity, é sempre possível realocar a oferta brasileira para outros mercados que deixariam de ser atendidos pela soja dos EUA - com todas as dificuldades de redefinições logísticas e contratuais envolvidas)", diz o Ipea.

Por: Agência Brasil

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Alta de 0,6% do PIB confirma retomada puxada pelo setor privado

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O desempenho da economia no terceiro trimestre confirma a retomada puxada pelo setor privado. O PIB (Produto Interno Bruto) do período cresceu 0,6% em relação aos três meses imediatamente anteriores, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (3).

A projeção feita pela agência Bloomberg estimava um crescimento de 0,4%. Pelo lado da demanda, o avanço continua puxado pelo consumo das famílias, que representa quase dois terços do PIB e cresceu 0,8% na comparação trimestral.

Os investimentos das empresas (formação bruta de capital fixo) avançaram 2,0%. O consumo do governo recuou 0,4%.

"As despesas do governo - incluindo pessoal e demais gastos, exceto investimentos -, caem em todas as esferas em função das restrições orçamentárias", analisa a coordenadora de Conta Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Apesar do resultado do período, a taxa trimestral ainda está 3,6% abaixo do pico da série, atingido no primeiro trimestre de 2014. O PIB está no mesmo nível do 3º trimestre de 2012, tendo se recuperado 4,9% desde que atingiu o fundo do poço no 4º trimestre de 2016.

A coordenadora de Contas Trimestrais do IBGE disse ainda que os dados do 3º trimestre mostraram que o PIB continua a se recuperar de forma gradual.

"É uma melhora mais ou menos contínua, mas não muito acelerada. O que está impulsionando a economia é o consumo das famílias, que continua crescendo, e o investimento. Puxando para baixo, é a despesa de consumo do governo e o setor externo, principalmente por causa da desaceleração da demanda mundial e da Argentina", disse Palis.

Considerando a ótica da oferta, a indústria teve alta de 0,8%. Segundo o IBGE, o crescimento da indústria se deveu à recuperação do setor extrativo, puxada pelo crescimento da extração de petróleo, que cresceu 12% na comparação trimestral, e pelo avanço de 1,3% na construção civil.

A indústria de transformação, por outro lado, teve nova queda, de 1%, afetada pela queda nas exportações em função da menor demanda mundial e da crise da Argentina, segundo o IBGE.

A agropecuária cresceu 1,3%, e os serviços, 0,4%. Nos serviços, se destacaram as atividades financeiras (1,2%), o comércio (1,1%) e o segmento de informação e comunicação (1,1%).

Na comparação com o terceiro trimestre de 2018, a economia avançou 1,2%. A Bloomberg estimava alta de 1%.

Nessa comparação, a agropecuária teve alta de 2,1%, e indústria e serviços, 1%. Sob a ótica do demanda, os investimentos subiram 2,9%. Nessa base de comparação o consumo do governo também caiu; o recuo foi de 1,4%.

O consumo das famílias, na comparação com o 3º trimestre de 2018, cresceu 1,9%.

"O resultado positivo [do consumo das famílias] pode ser explicado pelo comportamento dos indicadores de crédito para pessoa física, bem como da expansão da massa salarial real no terceiro trimestre de 2019", afirmou o IBGE.

Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 1,842 trilhão no terceiro trimestre, informou o IBGE.

Em 12 meses
O acumulado dos últimos quatro trimestres mostra crescimento de 1,0%.

O IBGE revisou o PIB do 1º trimestre deste ano, de recuo 0,1% para zero em relação aos três meses anteriores. No 2º trimestre, o avanço foi revisto de 0,4% para 0,5%.

Essas revisões foram motivadas, principalmente, pela melhora nos números da agropecuária, pela ótica da oferta, e do consumo e investimentos, pela demanda. O resultado da agropecuária foi revisto de queda de 0,1% para alta de 0,9% no primeiro trimestre e de 0,4% para 1,4% no segundo.

O consumo das famílias e os investimentos ganharam 0,2 ponto percentual em cada trimestre. O consumo cresceu 1,5% e 1,8%, respectivamente, nos dois primeiros trimestres do ano, na comparação com os três meses sempre anteriores. Os investimentos avançaram, respectivamente, 1,1% e 5,4%.

O instituto também revisou, para pior, os dados de exportações e importações, devido a mudanças feitas pela Secretaria de Comércio Exterior nos dados do primeiro semestre do ano. O IBGE já informou que deve alterar os números do terceiro trimestre, devido à revisão dos números de setembro já anunciada pelo Ministério da Economia.

A maior mudança foi a contribuição das vendas ao exterior, antes positiva em 1% no 1º trimestre, para -1,6% no mesmo período.

Na comparação anual, o IBGE destacou o avanço de 4,4% na construção e de 4% na indústria extrativa. A indústria de transformação recuou 0,5%,influenciada, principalmente, pela queda na fabricação de celulose, produtos químicos, farmacêuticos e de metalurgia.

Nos serviços, nessa comparação, também se destacaram informação e comunicação (4,2%) e comércio (4%), além de atividades imobiliárias (1,9%) e financeiras (1,3%).

O IBGE também revisou para cima o resultado de 2018, de uma alta de 1,1% para 1,3%.

O PIB é uma medida da produção de bens e serviços em um país em um determinado período. Sua expansão é utilizada como sinônimo de crescimento da economia.

Por: FolhaPress

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Pretos ou pardos têm rendimentos menores do que brancos em Pernambuco

No ano passado, 16,1% das pessoas estavam desocupadas,
sendo 13,1% brancas e 17,5%, pretas ou pardas.
(Foto: Marcos Santos/USP Imagens)
A falta de oportunidades leva a uma desigualdade social em Pernambuco. Pretos e pardos despontam com menos oportunidades de formação escolar e, consequentemente, o resultado acaba reverberando nas oportunidades profissionais, de rendimento e condições de moradia. No mercado de trabalho do estado, desemprego e a subutilização atingem mais a população preta ou parda. No ano passado, 16,1% das pessoas estavam desocupadas, sendo 13,1% brancas e 17,5%, pretas ou pardas. Além disso, 32,2% da força de trabalho do estado estava subutilizada, sendo que 29,2% se autodeclararam brancos e 34,2%, pretos ou pardos. Os dados são do estudo Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para Fernanda Estelita, gerente de Planejamento e Gestão do IBGE em Pernambuco, todo o círculo é sintomático por conta da questão de oportunidade de formação. "As oportunidades vêm através da educação e ainda vemos que elas são menores para os pretos e pardos, o que acaba reverberando no mercado de trabalho, nos rendimentos e na moradia. Em Pernambuco, 58,9% dos alunos do nono ano, que estão na faixa dos 14 anos, estão em escolas situadas em áreas de risco. Entre os brancos, são 50,7% e sobe para 62,6% entre pretos e pardos. Se começa com dificuldade de acesso à escola, isso influencia nas condições de oportunidades", explica.

Além das oportunidades de empregos, as desigualdades sociais também refletem nos rendimentos em Pernambuco. As pessoas ocupadas com idade de 14 ou mais anos tiveram rendimento médio real habitual do trabalho principal de R$ 1.529. Desse valor, os brancos receberam R$ 1.865 e os pretos os pardos R$ 1.356, em média. O valor médio na ocupação formal foi de R$ 2.165, sendo R$ 2.559 para brancos e R$ 1.936 para pretos ou pardos. Já a média de rendimentos para ocupações informais foi de R$ 909, sendo R$ 1.081 para brancos e R$ 831 para negros.

Na distinção por sexo, em Pernambuco, os homens brancos ganharam R$ 1.096, contra R$ 744 dos homens pretos ou pardos. Já as mulheres brancas receberam R$ 1.116, enquanto as negras e pardas tiveram rendimento, em média, de R$ 727. Na proporção, os homens pardos ganharam 67,8% dos homens brancos. Já as mulheres brancas receberam um pouco mais do que os homens brancos, a uma razão de 108,8%. Já as mulheres pretas ou pardas tiveram rendimento de 66,3% dos homens brancos.

Os rendimentos mais baixos para pretos e pardos também acabam refletindo nas condições de moradia. No Recife, 22,8% da população mora nos aglomerados subnormais, ou seja, em assentamentos urbanos de ocupação irregular conhecidos como favelas, invasões, comunidades, palafitas e similares. Desse percentual, 27,9% dos pretos e pardos vivem nesses locais, contra 16% de brancos. "Se não tem acesso a um trabalho digno, não consegue morar em um local digno. E, no contexto geral, se não frear essa disparidade, a distância vai aumentar", conclui Fernanda Estelita.

Do Diario de PE

sábado, 9 de novembro de 2019

Inflação em outubro é a menor dos últimos 21 anos

Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE). No acumulado do ano, o índice avançou 2,60% 
(Arquivo/Agência Brasil)
Após queda de 0,04% em setembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, registrou leve variação positiva de 0,1% no mês passado. O resultado é o menor para o mês desde 1998, quando ficou em 0,02%. Em outubro de 2018, a alta havia sido de 0,45%.

Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado do ano, o índice avançou 2,60%. O valor está abaixo da meta do governo para a inflação de 2019, que é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Já na variação em 12 meses, o índice mostra expansão de 2,54%, ante os 2,89% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores a setembro.

Flavio Serrano, economista-chefe do Haitong Banco de Investimentos, explicou que, embora o resultado tenha sido positivo para a economia, as taxas mensais do IPCA “não dizem muita coisa”. “Mostra a ideia de uma inflação confortável. Mas o importante é o comportamento, a trajetória de 12 meses. É essa combinação do passado somada à expectativa pro futuro que define a política de juros do Brasil”, disse.

Serrano destacou que o ideal é que o índice esteja sempre alinhado como a meta de inflação, nem acima e nem abaixo. “Dentro da meta, a economia trabalha no seu potencial. Então, além de a economia estar se recuperando após um processo de acomodação, nós vivemos muitos anos com inflação muito alta e agora estamos compensando isso. Mas o ideal é ela na meta”, reforçou.

O avanço do IPCA foi contido por três dos nove grupos pesquisados. O destaque ficou para para o recuo de 0,61% em habitação, com contribuição de 0,10 ponto percentual na taxa geral. Depois de cair 0,43% em setembro, o grupo alimentação e bebidas, registrou ligeira alta 0,05%, contribuindo com 0,01 ponto.

Já entre as taxas positivas, vestuário apresentou o maior crescimento, com 0,63%. Em seguida veio transportes, com alta de 0,45%, e saúde e cuidados pessoais, com 0,40%.

Do Correio Braziliense

IBGE revisa o crescimento do PIB de 2017 para 1,3%

Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou crescimento econômico brasileiro em 2017 para 1,3%, ao contrário dos 1,1% anteriormente divulgado em 1,1%. Assim, o valor do Produto Interno Bruto (PIB) do país naquele ano foi de R$ 6,583 trilhões.

Puxado pelos setores agropecuário e de serviços, que tiveram alta de 14,2% e 0,8%, respectivamente, o novo resultado do índice melhora o desempenho da atividade econômica em seu ritmo de recuperação. Outro destaque foi o avanço de 2,1% do consumo das famílias, após dois anos consecutivos em queda.

Os dados divulgados fazem parte da revisão rotineira do Sistema de Contas Nacionais do IBGE, que incorpora novas pesquisas do instituto e também de fontes externas. Além disso, o documento traz atualizações metodológicas que revisam os resultados das Contas Nacionais Trimestrais.

Já entre os setores que apresentaram queda, a Indústria recuou 0,5%, mantendo o resultado da divulgação anterior. A despesa de consumo final do governo também caiu 0,7%.

De acordo com o IBGE, em 2017, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registrou queda de 2,6%, o investimento recuou 14,6%, ficando no menor nível desde 1995.

Do Correio Brasiliense

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Informalidade no trabalho volta a bater recorde, diz IBGE

Comércio informal na avenida Conde da Boa VistaFoto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco
De acordo com o instituto, 11,8 milhões de pessoas estão sem carteira de trabalho assinada no setor privado

A informalidade continua batendo recordes no mercado de trabalho brasileiro, informou nesta quinta-feira (31) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com o instituto, 11,8 milhões de pessoas estão sem carteira de trabalho assinada no setor privado, um crescimento de 2,9% (338 mil pessoas) com relação ao trimestre encerrado em junho, enquanto os trabalhadores por conta própria atingiram 24,4 milhões de pessoas, alta de 1,2% (293 mil pessoas).

Ambas as marcas são novos recordes na série histórica, segundo o IBGE. "Temos mais pessoas trabalhando nesse trimestre, mas a questão é a qualidade dessa forma de inserção informal", disse a analista da pesquisa, Adriana Beringuy. Os aumentos também são vistos na comparação com o mesmo período de 2018. A alta foi de 3,4% (384 mil) entre os trabalhadores sem carteira assinada, e 4,3% (1 milhão) com os que estão por conta própria.

Enquanto ocorre aumento da informalidade, a taxa de desocupação recua: agora foi de 12%, do trimestre encerrado em junho, para 11,8% nos três meses encerrados em setembro.Também houve estabilidade na comparação com o mesmo trimestre de 2018, que registrou 11,9% de desocupação. De acordo com o IBGE, 12,5 milhões de pessoas ainda estão desempregadas no Brasil.

Da Folha de PE

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Força feminina conquista mais espaço no campo

Agricultora Maria de Lourdes da SilvaFoto: Ed Machado/Folha de Pernambuco
No Brasil, as mulheres já são responsáveis por 45% dos alimentos, de acordo com a FAO. O Censo Agropecuário divulgado pelo IBGE comprova esse crescimento. De 2006 para 2017, aumentou a participação delas na direção de estabelecimentos agropecuários

Nascida e criada na roça, Maria de Lourdes da Silva é o legítimo exemplo dessa expressão popular. Desde os 3 anos de idade, começou a plantar, colher e produzir alimentos na cidade de Itaíba, no Agreste de Pernambuco. Virou agricultora com toda dedicação. Em um dado momento da vida, na juventude, casou e teve três filhos. Teve que morar no município de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR) e, consequentemente, abandonou a vida na roça, no interior, para trabalhar na indústria. Mas não deixou de ter um cantinho em casa para a produção agrícola.

Conseguiu se aposentar. Hoje, com 63 anos, Maria de Lourdes vive com o atual marido na cidade de Lagoa do Carro, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Em uma área de 2 hectares, a agricultora cultiva uma infinidade de produtos: pimentas, hortelã, batata-doce, jabuticaba, amora. Deles, ela faz outros alimentos para vender, como geleia de amora e licor de pitanga. “Eu amo a natureza. Mesmo quando eu estava na indústria, eu queria voltar para a agricultura. Ver um brotar de um feijão me enche os olhos e quero passar tudo isso aos meus netos”, contou Maria de Lourdes, que aprendeu a plantar e colher com seus pais.

Empoderada, Maria de Lourdes é uma das responsáveis pela produção de alimentos no mundo. Por isso faz parte da cadeia de segurança alimentar global. Dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), braço da ONU, apontam que as mulheres representam cerca de 60% da força de trabalho agrícola em várias partes do mundo. E no Brasil não é diferente: cerca de 45% da produção de alimentos é originada por mulheres.

Além disso, as mulheres estão dirigindo mais estabelecimentos agropecuários. Essa participação subiu 12,7% (2006) para 18,7% (2017) do total de 5,056 milhões de produtores, equivalente a 946 mil mulheres. Outras 800 mil dirigem o negócio junto com o marido, segundo o Censo Agropecuário 2017, divulgado pelo IBGE.

E se espera ainda mais avanço e valorização desse trabalho. “O protagonismo das mulheres na produção, no acesso ao mercado e à renda está em curva ascendente nos últimos 20 anos. Isso devido a um avanço conjunto de movimentos e organizações sociais e políticas de governo. Mas ainda é preciso ter muita atenção”, defendeu o diretor de Extensão Rural do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Reginaldo Alves.

Segundo a coordenadora da campanha “Mulheres Rurais, Mulheres com Direitos”, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Geise Mascarenhas, as contribuições da mulher são importantíssimas para a segurança alimentar no mundo. “Visibilizar as mulheres na segurança alimentar e na geração de renda familiar é fundamental. Para se ter uma ideia, a contribuição da mulher na renda familiar é maior no trabalho rural. Ela contribui com 42% na área rural e 40% na área urbana”, disse Geise, ao complementar que reuniões especializadas sobre a agricultura familiar são realizadas pelo Mapa com a participação da sociedade civil para poder levar propostas ao Mercosul de melhorias para o trabalho das mulheres.

E, de acordo com o Mapa, mulheres têm participação cada vez maior em cooperativas locais e associações de agricultores. O Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), que representa associações rurais do município de Pombos, na Mata Norte de Pernambuco, formou uma associação apenas com presença feminina. São 16 mulheres, capacitadas em grupo, que produzem e beneficiam alimentos, como abacaxi e acerola. Algumas dessas agricultoras são Aurinete Pereira, 42 anos, Cristiane Santos, 31 anos, e Luciene da Silva, 60 anos.

Em sua propriedade, Aurinete cultiva acerola, que vira licor, doce e geleia. Além disso, faz doces, bolos e brigadeiros da sua produção de abacaxi. Os produtos ela vende em feiras e no IPA. “Eu e as meninas do grupo aprendemos a beneficiar o alimento. Ou seja, desenvolver outros produtos e assim conseguir ganhar uma renda. Por mês eu consigo ganhar uma média de R$ 600 a R$ 800”, contou Aurinete, que sempre trabalhou na agricultura. Continue lendo, clique AQUI

domingo, 29 de setembro de 2019

Informalidade no país atinge quase 40 milhões de pessoas, diz IBGE

Foto: Arquivo/Agência Brasil
A informalidade no mercado de trabalho brasileiro bateu recorde no trimestre encerrado em agosto.

Ao todo, foram 38,8 milhões de pessoas nessas condições, informou nesta sexta-feira (27) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O número considera empregados do setor privado e trabalhadores domésticos sem carteira assinada, trabalhadores por conta própria e empregadores sem CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares.

Esse contingente representa 41,4% da população empregada no país, a maior taxa desde que o IBGE passou a calcular esse indicador, em 2016.

O número de trabalhadores por conta própria chegou a 24,3 milhões, novo recorde na série histórica da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar) Contínua, iniciada em 2016.

Também houve recorde no número de empregados da iniciativa privada sem carteira assinada: 11,8 milhões.

A analista do IBGE Adriana Beringuy diz que o aumento da informalidade ocorre até em setores em tradicionalmente se contrata com carteira assinada, como a indústria e a as atividades de informação.

"Temos um mercado de trabalho que absorve pessoas, mas essa inserção não se dá pelos vínculos tradicionais da carteira", diz.

O recorde na informalidade ajudou a baixar a taxa de desemprego do país para 11,8% no trimestre encerrado em agosto, contra 12,3% no trimestre encerrado maio. No mesmo trimestre do ano anterior, a taxa era de 12,1%.

Aplicativos e construção
Em relação ao trimestre anterior, houve aumento do emprego na indústria e na construção. Segundo Beringuy, nos dois casos, o crescimento está ligado a trabalhadores por conta própria - com confecções, beneficiamento de alimentos e construção de imóveis.

Já comparação com o ano anterior, os setores que se destacam são transporte, armazenagem e correio, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias profissionais e administrativas e outros serviços.

No caso do transporte, a alta foi provocada pela busca pela renda como motorista de aplicativos, diz a analista do IBGE. Foram 226 mil novos trabalhadores nesse setor em um ano.

Com o aumento do emprego informal, a população ocupada bateu recorde no país, chegando a 93,6 milhões de pessoas. São 604 mil pessoas a mais do que no trimestre anterior.

Deste total, 596 mil (ou 87,1%) são trabalhadores considerados informais. Dentre eles, 411 mil começaram a trabalhar sem carteira assinada para o setor privado.

Na comparação anual, o número de brasileiros que conseguiu ocupação informal chegou a 1,8 milhão. Neste caso, houve grande influência também de empregadores sem CNPJ (749 mil pessoas a mais).

"Do ponto de vista quantitativo, temos a expansão, sim, da ocupação. No entanto, do ponto de vista qualitativo, o processo de inserção desses trabalhadores tem sido em função da informalidade", disse Beringuy.

De acordo com ela, a maior informalidade pode explicar também por que o aumento da população empregada não se reflete em crescimento no contingente de contribuintes ao INSS, que está perto do piso histórico, em 62,4% do total.

"Normalmente, com mais trabalhadores [ocupados], seria de se esperar aumento no contingente que contribui", comentou a analista, ressaltando que os novos empregos são sem carteira ou de empregadores sem CNPJ, grupos que não costumam contribuir.

O maior número de informais pressiona ainda o rendimento médio do trabalhador, que fechou o trimestre em R$ 2.298, que vem se mantendo estável apesar da queda do desemprego.

Nesta semana, o governo Jair Bolsonaro comemorou a retomada do emprego com base em dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mostrou saldo positivo de 121 mil vagas formais em agosto. Foi o quinto mês seguido de alta.

De acordo com o IBGE, o número de trabalhadores com carteira ficou estável, em 33 milhões de pessoas.

A taxa de subutilização da força de trabalho ficou em 24,3%, estável em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. No trimestre, houve recorde no número de pessoas subutilizadas por insuficiência de horas -isto é, trabalham menos do que gostariam. São 7,2 milhões de pessoas.

Da FolhaPress

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Varejo e setor de serviços podem puxar a melhora na produção industrial

Foto: Getty Images
Dados divulgados nesta quinta-feira (12) mostram melhora na atividade econômica, no mês de julho, no setor de serviço, com expansão de 0,8% com relação a junho, segundo o IBGE; e na demanda por produtos de bens industriais, que registrou aumento de 2,6% entre junho e julho, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Esta semana, o IBGE também divulgou que, em julho, as vendas do varejo aumentaram 1% na comparação com junho.  No entanto, ainda não é possível contar com um segundo semestre mais dinâmico, embora especialistas vejam sinais de consistência, principalmente com relação a serviços e a comércio.

Economistas de instituições financeiras, consultados pelo Banco Central, e divulgados no último boletim Focus, esta semana, reduziram as previsões para inflação, de 3,59% para 3,54%, mas mantiveram a projeção para o resultado do PIB, em 0,87%, para este ano. O próprio secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, na terça-feira, disse que agosto ainda terá resultados tímidos, por encerrar “um ciclo extremamente difícil”  da economia, embora o governo conte com resultados melhores a partir de setembro.

De acordo com os números do IBGE, o crescimento de 0,8% em serviços entre junho e julho é o maior desde dezembro, mas ainda está 11,8% abaixo do resultado alcançado em maio de 2014 e 1,2% menor do que em dezembro do ano passado. Os serviços também aumentaram em comparação com o mês de julho de 2018 (1,8%), com crescimento em quatro das cinco atividades que compõem o quadro da pesquisa e em 54,8% dos 166 serviços.

“Foi a primeira alta significativa do setor de serviços. Precisamos observar os próximos meses, porém, a expectativa é boa com a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)”, disse o coordenador da Sondagem de Comércio da Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas  (Ibre FGV), Rodolpho Tobler. Com relação ao comércio, ele acredita que o resultado de julho é um sinal de recuperação do setor, que será ainda mais beneficiado pelo impacto da liberação do FGTS até o fim do ano. Para ele, porém, uma retomada mais consistente só será possível com a melhora no nível de emprego. Continue lendo, clique AQUI!

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