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domingo, 30 de dezembro de 2018

Fundarpe tomba fachada da Usina Surubim; medida encerrará ação judicial

Segundo a Fundarpe, a fachada principal da usina
guarda elementos ornamentais Art Déco, estilo decorativo
que surgiu em 1920 na Europa.  (Foto: Reprodução/ Divulgação)
O Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural, da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), por maioria absoluta dos seus membros, aprovou o tombamento da Usina Surubim, mais conhecida como Usina Farias. A decisão foi tomada  na reunião realizada na quinta-feira 27/12 e publicada no Diário Oficial do Estado de Pernambuco na última sexta-feira 28/12.

A resolução determina o “tombamento da fachada principal original,  trecho que guarda elementos ornamentais, Art Déco (com extensão de 18,00m), com todos os seus elementos agregados, devidamente estruturados, garantidas sua estabilização e restauração como marco de memória do Conjunto Arquitetônico da Usina Farias”.

O texto diz ainda que a fachada “poderá ser utilizada como portal para novo uso. Neste caso, o gabarito a ser utilizado, não deverá ultrapassar a altura da fachada existente. Em caso da não utilização da fachada como portal, será reservada uma faixa de 5m na sua área posterior, em toda extensão, entendida esta como área “non aedificandi”, ou seja, que não pode ser edificada.

O tombamento vai encerrar uma ação judicial iniciada em julho de 2017, movida pelo advogado Alex Fernando da Silva contra o empresário Arlindo Farias, proprietário do local. Naquela época, a edição N.º 272 do Correio do Agreste circulava com a informação de que o prédio da usina poderia ser demolido para dar lugar a um loteamento. O projeto foi paralisado por uma medida liminar requerida no processo e concedida pelo juiz da 2.ª Vara da Comarca de Surubim, Joaquim Francisco Barbosa.

“Vamos com esse parecer da Fundarpe  encerrar o processo judicial que foi exatamente o que impediu a demolição e solicitou o tombamento. Conseguimos essa vitória, não exatamente como se esperava, porque queríamos o tombamento de toda a área, mas acho que já é bastante satisfatório”, comentou o advogado.

A próxima medida administrativa tomada pelo Conselho será o encaminhamento da resolução para conhecimento da secretária de Cultura do Estado, Antonieta Andrade e posterior homologação mediante decreto do governador Paulo Câmara determinando a inscrição no Livro de Tombo.

Um pouco da história da Usina Surubim

Por Fernando F. Guerra

A cotonicultura foi certamente a principal responsável pela ocupação territorial do município de Surubim.

Em 1894 o nosso município registrava oito pequenas indústrias beneficiadoras do algodão que se ocupavam do seu descaroçamento e enfardamento da pluma para exportação. Quatro delas encontravam-se no Chéus, uma na Taperinha e as outras três no vilarejo de Surubim. Eram conhecidas como bolandeiras movidas à tração animal. Depois as movidas a vapor substituíram aquelas. A primeira que se tem notícia que funcionou com energia elétrica foi instalada em 1925 graças ao pioneirismo de Antônio Justino.

Dentre todas elas, provavelmente a indústria beneficiadora de algodão mais importante foi a Usina Surubim que certamente passou por todas as etapas evolutivas, desde os momentos mais rudimentares até os maquinários modernos com a instalação da Sanbra, por exemplo.

Sua história remonta aos finais do século XIX, pertencendo, segundo Zé Mimoso, a “um Seu Ferreira, procedente de Lajes, Bom Jardim,” conforme depoimento colhido no livro Surubim Pela Boca do Povo de Mariza de Surubim.

Na década de 1920 funcionava no local a bolandeira de Cazuza Paulino que em 1936 vendeu-a a José Albino. Em 1934 este se desfez da mesma em favor de Vicente Lacerda que no ano seguinte vendeu-a a José Henrique de Farias. Em 1936 a Sociedade Algodoeira do Nordeste -Sanbra, uma multinacional, comprou-a, ficando em Surubim até quando em 1944 a firma Severino Farias & Cia. Ltda. adquiriu-a pelo valor de quinhentos mil cruzeiros. Na década de 1980 após a introdução criminosa do bicudo, inseto de origem norte americana, os algodoais nordestinos foram completamente dizimados. Decorrente desse fato, todas as usinas beneficiadoras de algodão entraram em colapso, encerrando suas portas.

Sabe-se que o atual prédio da conhecida Usina Surubim mantém sua arquitetura externa desde os anos de 1930. Diferentemente do que se descreve no tombamento, o prédio não se insere entre os exemplares de Art Déco, talvez as claraboias. Segue uma linha das edificações do início do século XX sem, contudo, apresentar os rebuscamentos típicos da época.

Seu tombamento representa um momento de grande significação para a identidade urbana surubinense porquanto preserva a memória histórica e artística da cidade.

Do Correio do Agreste

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