Criada no final do século XVII, a feira ainda mantém viva a memória e a prática de diversas manifestações culturais e socioeconômicas que são parte da formação de toda uma identidade nacional
Conhecida como a "Capital do Forró", o município de Caruaru (PE) hospeda um dos mais importantes centros de comércio popular e expressão cultural do país, a Feira de Caruaru. Além do comércio tradicional, a feira oferece aos visitantes, principalmente em época de São João, a oportunidade de vivenciar a rica diversidade cultural e produtiva da região. Nesse contexto, a atuação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no registro e salvaguarda de bens como esse, assegura que as festas juninas continuem sendo uma celebração da tradição e da alma do povo brasileiro.
A feira é mais antiga que a própria cidade de Caruaru e se firmou como berço do município, acompanhando e impulsionando seu crescimento ao longo do tempo. Criada no final do século XVII, como ponto comercial de gado informal e parada para tropeiros e vaqueiros na Fazenda Caruru, a feira gerou e estruturou o desenvolvimento sociocultural e físico da região, tornando-se parte principal no processo histórico fundamental para a existência da cidade. Dessa forma, em 2006, a feira foi reconhecida pelo Iphan como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, sendo inscrita no Livro de Registro dos Lugares.
“A Feira do Caruaru se tornou, pouco a pouco, uma grande vitrine, onde os criadores populares vão mostrar a criatividade artística de seus produtos, divulgá-los, vendê-los e irradiá-los para todo o Brasil e para o exterior. A feira se fez lugar de convergência. Além de ser um polo comercial importante, ela se transformou em um lugar de preservação da identidade e de resistência cultural”, afirma o Superintendente do Iphan em Pernambuco, Fernando Medeiros.
Além de produtos comuns encontrados em diversas feiras pelo Brasil a fora, como frutas, doces e roupas gerais, na Feira de Caruaru é possível apreciar os sabores e tradições típicas da festa junina. Lá, o artesanato regional, o forró, os trajes juninos e uma infinidade de elementos culturais constroem a atmosfera da festividade. O ambiente não apenas movimenta a economia local, como também as tradições que se manifestam o ano inteiro, especialmente no São João.
Com sua atuação de proteção dessas diversas tradições culturais relacionadas às Festas Juninas, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tem buscado valorizar e promover o São João como manifestação viva do patrimônio. É por meio do trabalho do órgão que muitas delas são reconhecidas e fomentadas como bens culturais imateriais do Brasil.
Da ASCOM