A artéria viária deve beneficiar mais de 300 mil habitantes, englobando os segmentos do comércio, indústria, turismo e serviços. Ao todo, a rodovia conta com 83 Km, por onde circulam, diariamente, cerca de 17 mil veículos. O restante de seu percurso, até a cidade de Garanhuns, ainda não foi licitado, mas conta com a palavra da União de que os trabalhos terão início até dezembro de 2024. Os recursos estão inseridos no Novo Pac. A expectativa, com a efetivação das obras, é por mais segurança, passando a contar com rotas segregadas de ida e volta, reduzindo o registro de acidentes.
A governadora Raquel Lyra participou da solenidade, em Brasília, ao lado de prefeitos e diversos parlamentares. "Quando a gente fala de uma estrada, isto não representa apenas asfalto. Uma duplicação faz a cidade crescer, prosperar, gerar um polo maior de serviços, atrair novos investimentos, a exemplo do que aconteceu em Caruaru, com a BR-232. Falando agora da 423, nós temos ali uma rota do queijo, do leite, do turismo. Para nós não há outro investimento, neste momento, mais importante do que poder fazer essa obra, encurtar distâncias e unir a população", disse a gestora.
Para o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado de Pernambuco (Sindileite), Alex Costa, as estradas e todo o processo logístico impactam diretamente na produção. "A má conservação ainda é um fator de peso, algo que paralisa o nosso trabalho e afeta bastante os produtos que chegam à mesa da população. Neste circuito da BR-423, estão instalados grandes polos de fabricação, que sentem cada vez mais o aumento das despesas com a manutenção dos caminhões e atrasos corriqueiros, atrapalhando o cumprimento de cronogramas de entrega e até gerando perdas de cargas", explica.
Mais de 90% da produção de frango e ovos do estado, está inserida na Zona da Mata Norte e no eixo do Agreste Central, cortado pela BR-423. Os dados são da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), que representa o setor. De acordo com o presidente, Giulliano Malta, a duplicação das pistas traz esperança de mais competitividade. "É um pleito antigo que já vínhamos batalhando junto aos governos estadual, federal e até cobrando apoio dos municípios. A conta é simples, quanto mais eficiente o transporte, menor o custo. Se gastamos mais tempo, mais combustível, mão de obra, logo isso acaba sendo repassado e o que é feito em Pernambuco vai perdendo espaço para empresas de outros estados", afirma.
TURISMO
O eixo turístico também almeja bons ventos com a requalificação da via. Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE), é esperado um aquecimento econômico em diversas atividades. "É um estrada que recebe um grande fluxo de veículos em direção a destinos já consolidados, como Garanhuns, sobretudo em períodos festivos como o Natal, Festival de Inverno e em outras épocas com as visitas a vinícolas, por exemplo. Mas também é rota, em períodos sazonais, para cidades como Cachoerinha, com atrativos hoteleiros; e Saloá, que abriga um parque aquático de grande porte. É uma melhoria que impacta o caixa de lojas, restaurantes e demais estabelecimentos de todo o entorno", ressaltou o presidente, Bernardo Peixoto.
Do Diario de Pernambuco | Foto: Divulgação/MT
