BolsaFoto: Miguel Schincariol/AFP |
A montanha-russa se deve, em grande, a reforma da Previdência
A montanha-russa se deve, em grande, a reforma da Previdência. Incertezas quanto a aprovação do projeto e a posterior confiança no Congresso movimentaram o mercado doméstico, que se decolou do exterior. Para as principais economias globais, o período foi de forte quedas com a intensificação da guerra comercial entre China e Estados Unidos.
"Parece que foi um mês bastante longo. Tivemos vários maios dentro do mês. O mercado externo foi muito conturbado, com o aumento de tensões entre China e EUA. No Brasil também tivemos o avanço das investigações de Flávio Bolsonaro e manifestações contrárias ao governo. Mas, o legislativo assumiu responsabilidade pela reforma e aliviou investidores", afirma Glauco Legat, analista-chefe da Necton.
Em 13 de maio, teve início a investigação judicial contra o filho do presidente, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e a revelação de que Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi citado em delação sobre suposto pagamento de propina por um sócio da companhia aérea Gol. No dia, a Bolsa brasileira despencou para 91 mil pontos.
Ao fim da mesma semana, em 16 e 17 de maio, a Bolsa atingiu os piores patamares do ano e o dólar chegou a R$ 4,10. No período, o presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) compartilhou um texto sobre as dificuldades de seu mandato dizendo que o Brasil é ingovernável sem os conchavos que ele se recusa a fazer.
Já o relator da reforma da Previdência na Comissão especial, Samuel Moreira (PSDB-SP), disse que o governo Bolsonaro é "muito beligerante". Por sua vez, o presidente da Comissão, Marcelo Ramos (PR-AM), afirmou que os líderes partidários podem apresentar uma proposta própria de alteração das regras previdenciárias.
Ainda no período, a agência de classificação Fitch Ratings afirmou que apenas a reforma da Previdência não é suficiente para estabilizar endividamento, ou levar a uma revisão de rating positiva do país.
Foi no fechamento do mercado, em 17 de maio de 2017, que a delação de Joesley Batista fez o mercado virar. No dia seguinte, a Bolsa caiu 8,8% e o índice perdeu 6 mil pontos. Quando neste 2019, as datas coincidiram, investidores viram o risco do maio sangrento se repetir.
Mas, neste ano, depois da turbulência, investidores logo retomaram o otimismo e depositaram a confiança de uma nova Previdência no Congresso, independente da articulação do governo. A partir de 20 de maio o Ibovespa iniciou trajetória de alta, que culminou na volta aos 97 mil pontos.
O pacto entre os três poderes, acordado nesta segunda (27) acabou por impulsionar a alta do índice. Confiantes com o tom mais moderado de Bolsonaro e a promessa de Maia de votar a reforma até a segunda quinzena de julho, investidores voltaram a comprar.
"Ficou bem claro que a Bolsa andou bastante graças ao otimismo interno, já que o mês foi bastante complicado para os ativos globais. Basta uma boa notícia que os zé comprinhas aparecem", afirma Victor Cândido, economista-chefe da Guide Investimentos.
A alta de 0,7% no mês se aproxima do rendimento da renda fixa para o período, de, aproximadamente 0,5%. Em maio, o dólar terminou de lado, com variação de R$ 4,10 a R$ 3,92. Continue lendo, clique AQUI!